Os impactos da Covid-19 no agronegócio brasileiro
Com grande potencial, o agronegócio brasileiro é considerado um dos maiores produtores do mundo. Com vários recursos, principalmente climáticos, que favorecem a vasta produção de alimentos, além do clima, o Brasil apresenta quantidade de água considerável e mais áreas agricultáveis.
Com uma lavoura adaptada às regiões tropicais e uma legião de produtores rurais conscientes de suas responsabilidades com o meio ambiente aliadas à produção de alimentos, o agronegócio brasileiro foi responsável por, nos últimos anos, ter colocado, sozinho, o Brasil frente à exportação global de açúcar, café, suco de laranja e soja.
Em 2018, o PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio no Brasil teve alta de 1,87%, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Até abril do ano passado, só o agronegócio representava 21,1% do PIB brasileiro, sendo o responsável por metade das exportações do país, o que demonstra grande poder sobre o saldo positivo na balança comercial brasileira.
Com a chegada da Covid-19, o setor foi profundamente impactado. A pandemia, infelizmente, derrubou a confiança do agronegócio. Desde o início da doença, as projeções passaram de um crescimento moderado para uma grave recessão.
Abaixo, confira os números e detalhes sobre a grave queda:
– A perda de confiança foi influenciada, principalmente, pela piora na percepção em relação à economia brasileira, por conta da covid-19.
– Pesquisas demonstram um aspecto marcante desse primeiro trimestre do ano: a confiança caiu de modo mais pronunciado nas expectativas sobre o futuro do que em relação a avaliação da situação atual.
– Pressionado pela percepção negativa do setor sobre os efeitos da Covid-19, o Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro) caiu 23,4 pontos no primeiro trimestre do ano, em relação ao quarto trimestre de 2019, quando atingiu o nível máximo de confiança desde que o levantamento começou a ser realizado. Os dados foram coletados no primeiro trimestre de 2020 (janeiro a março).
Confira os números divulgados
Índice de Confiança da Indústria (Antes e Depois da Porteira): 90,6 pontos, queda de 31,5 pontos.
Indústria Antes da Porteira (Insumos Agropecuários): 86,2 pontos, queda de 36,2 pontos.
Indústria Depois da Porteira: 92,5 pontos, queda de 29,6 pontos.
Índice do Produtor Agropecuário: 113,8 pontos, queda de 12,3 pontos.
Índice do Produtor Agrícola: 116,1 pontos, queda de 9,5 pontos.
Índice do Produtor Pecuário: 107,0 pontos, queda de 20,7 pontos.
**Metodologia do IC Agro: resultados acima de 100 pontos, como aconteceu nos cinco trimestres anteriores ao atual, demonstram otimismo. Abaixo disso, a sinalização é de pessimismo no setor. Confira o estudo completo realizado pelo Orgão.
Por dentro dos termos do agronegócio
Antes da porteira
Refere-se a tudo que é necessário à produção agrícola, mas não está na fazenda. É aquilo que o produtor rural precisa comprar para produzir: todos os insumos (máquinas, defensivos químicos, fertilizantes, sementes, frota, etc.)
Dentro da porteira
Tudo o que se refere à produção. Plantio, manejo, colheita, beneficiamento, manutenção de máquinas, armazenamento dos insumos, descarte de embalagens de agrotóxicos e mão de obra.
Depois da porteira
Referência à armazenagem e distribuição, incluindo a logística.
O poder do agronegócio no Brasil
Com investimentos em tecnologia, o que difere positivamente nos valores de produção alcançados, o agronegócio brasileiro sempre foi impulsionado a produzir de maneira eficiente e consciente.
Expandindo suas vendas para o mundo, o agronegócio conquistou novos mercados, gerando superávites cambiais que libertam a economia brasileira. Devido à sua capacidade de negócio, o setor reduziu drasticamente o preço da alimentação, melhorando a saúde e qualidade de vida da população urbana, liberando poder de compra para bens produzidos pela indústria e pelo setor de serviços.
Valor bruto da produção em 2018
O valor bruto da produção (VBP) do agronegócio alcançou R$ 614,01 bilhões em 2018, dos quais R$ 395,23 bilhões na produção agrícola e R$ 218,78 no segmento pecuário. Como revela a figura 1 a seguir, a soja (grãos) foi o produto com maior VBP em 2018, R$ 146,9 bilhões.
O segundo lugar no ranking do VBP do agronegócio nacional foi ocupado pela pecuária de corte, com R$ 106,7 bilhões. O terceiro maior VBP foi o do milho, com R$ 63,5 bilhões, seguido da pecuária de leite (R$ 54,1 bilhões) e do frango (R$ 45,9 bilhões).
Cana-de-açúcar aparece em sexto lugar com VBP de R$ 45,5 bilhões, seguido do suínos com R$ 17,3 bilhões, algodão em pluma R$ 16,6 bilhões, café arábica R$ 14,3 bilhões e ovos com R$ 10,4 bilhões.