O impacto da vacinação no mercado financeiro
O Brasil é o 4º país do mundo no número de pessoas vacinadas contra o COVID-19, segundo o Our World in Data da Universidade de Oxford. Entretanto, o mercado financeiro tem esperado maior celeridade neste processo.
O mercado tem a perspectiva que vacinar a população ativa economicamente, um aspecto primordial para que setores da economia possam começar a se recuperar de maneira ordenada.
A volta das atividades comerciais
A pandemia afetou diretamente todas as empresas em todos os segmentos. É verdade que uma forte crise se instalou na economia, contudo, até nas crises há oportunidades de crescimento.
O distanciamento social adotado como prevenção para o contágio abriu uma porta para acelerar a transformação digital dentro das empresas, o que refletiu em bons resultados para o mercado financeiro.
Como exemplo, temos o Magazine Luiza. Investindo forte em seu segmento de e-commerce, a marca registrou um crescimento de 114% comparado a 2020, que resultou um lucro líquido de R$ 259 milhões só no primeiro trimestre de 2021. Foi um aumento de 740% comparado ao primeiro trimestre de 2020.
Contudo, para aqueles setores onde a exposição digital é mais difícil, como os setores de varejo de vestuário, imóveis, shoppings e petróleo, ainda há uma redução de mobilidade pela vacina não ter alcançado grande parte da população.
Como exemplo de vestuário, a marca Renner foi uma das mais afetadas. Somente no primeiro trimestre de 2021 a empresa registrou um prejuízo de R$ 147,7 milhões.
Há uma esperança de mudança em todo esse contexto após a retomada das atividades comerciais. E essa retomada não só alavancará as empresas com dificuldades na transformação digital, mas todo o mercado financeiro também.
Impactos na economia
A falta de vacinação também reflete nas projeções dos indicadores macros da economia brasileira. A IFI – Instituição Fiscal Independente, órgão que é vinculado ao Senado Federal para buscar transparência na prestação de contas ao mercado financeiro, mostrou que a projeção da atividade econômica do País, segundo o RAF – Relatório de Acompanhamento Fiscal, está em 3%.
A Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais, Anbima, também revisou o PIB – Produto Interno Produto para o segundo trimestre e projetou uma queda de 0,77%. Para o ano de 2021, a associação projeta um crescimento no PIB de 3,2%
A mudança na escolha dos ativos
Com o andamento da vacina, a visão de melhora da economia brasileira para a maioria dos investidores tem sido de uma recuperação dentro de 12 meses. Em pesquisa realizada pela UBS, 64% dos investidores enxergam perspectivas positivas para economia dentro de um ano.
Outro ponto apresentado pela pesquisa é o número de investidores pessimistas com o cenário atual do mercado financeiro: 22% mostram essa preocupação.
Analisando a forma de investir para o médio prazo, 39% pensam em aumentar as coberturas de suas carteiras, 41% pensam em aumentar o valor que já aplicam em investimentos sustentáveis e 47% desejam comprar mais ações para compor suas carteiras.
Outro ponto significativo na escolha dos ativos é o aumento de interesse pelos ativos digitais. 84% pensam que esse tipo de ativo é uma opção viável quando se analisa o potencial de riscos e retornos.
Dentre os ativos digitais, a opção mais citada para investir foram as criptomoedas com 67% dos participantes mostrando propensão para o investimento. Outros ativos com bastante adesão foram os ativos digitais lastreados em ativos reais (55%) e títulos digitais (43%).
Como se pode ver, a vacina e o desempenho do Brasil afetam diretamente como o mercado financeiro reage no presente e como projeta o seu futuro. O impacto financeiro continuará a ser analisado conforme as medidas preventivas forem adotadas.
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