Conheça O Mercado De Fusões E Aquisições De Empresas No Brasil

Conheça o mercado de fusões e aquisições de empresas no Brasil

O mercado de Mergers & Acquisitions (M&A), ou, em português, fusões e aquisições, foi agitado em 2019. Empresas que enfrentavam desafios relevantes foram incorporadas por outras, além das consolidações que criaram empresas gigantes de beleza e shoppings centers, como a união da Avon e Natura e a fusão da Aliansce e a Sonae Sierra Brasil.

Embalado, o ano de 2020 se iniciou com forte perspectivas para o mercado de M&A, com 89 transações anunciadas em janeiro, um volume 68% superior à média do mês nos últimos cinco anos, sendo de 53 transações. Nesse mesmo período, a região Sudeste mantinha 65% do interesse dos investidores nos negócios anunciados, com 58 transações no mesmo mês. O aumento era de 87% em comparação ao ano anterior (2019 – 31 transações).

Com a pandemia do novo coronavírus, grandes impactos negativos atingiram a economia global e, consequentemente, as finanças empresariais. Apesar do cenário repleto de incertezas, que naturalmente demanda uma análise criteriosa dos riscos, especialistas pontuam algumas observações relevantes para o mercado de fusões e aquisições. Confira:

 

Taxa de câmbio favorável

com a forte valorização do dólar, o investimento em empresas brasileiras ficou ainda mais atrativo para os investidores estrangeiros.

 

Maior liquidez do mercado

Como forma de estimular a economia, o Banco Central acelerou o ritmo de redução da taxa básica de juros, a SELIC. Através desta taxa SELIC histórica, o governo gerou liquidez para a economia, favorecendo a capitalização e financiamento das atividades empresariais.

 

Setores resilientes

Mesmo diante da crise, alguns setores demonstraram resiliência e capacidade de geração de caixa. Na crise de 2008, o setor agro chamou atenção. Na crise atual, as apostas estão direcionadas para diversos setores além do agro: saúde, e-commerce, logística, energia, higiene e educação são alguns exemplos.

 

Necessidade de geração de caixa

Com a crise econômica, boa parte das empresas enfrenta dificuldades para a geração e manutenção de fluxo de caixa, prejudicando a continuidade de suas operações.

 

Maior receptividade a investimentos

Empresas que até poucos meses não cogitavam a admissão de novos sócios ou então estavam supervalorizadas, tiveram que repensar sua estratégia, estando agora mais abertas e receptivas em virtude da necessidade de capitalização para a sobrevivência dos negócios.

 

Para ilustrar esse forte cenário, confira, a seguir, as 6 maiores fusões e aquisições do ano passado:

Raia Drogasil e Onofre

A rede de farmácias Raia Drogasil comprou em fevereiro a rede de farmácias Onofre, controlada pela americana CVS no Brasil. A CVS chegou a oferecer a rede para companhias brasileiras. Com 50 unidades, sendo 47 em São Paulo, a Onofre era a primeira investida da CVS fora dos Estados Unidos, comprada em 2013. A gigante americana faturou cerca de 200 bilhões de dólares no ano passado. Mas, a empresa ficou pequena para o tamanho dos desafios no mercado brasileiro.

Nextel e Claro

A América Móvil, controladora da operadora de telecom Claro, comprou a operação da Nextel no Brasil por 905 milhões de dólares.

Natura e Avon

A compra da Avon pela Natura, anunciada em maio, forma a quarta maior empresa de cosméticos do mundo, com faturamento anual superior a 10 bilhões de dólares, mais de 40 mil colaboradores e presença em cem países.

Juntas, as empresas terão a liderança na venda por relações, com mais de 6,3 milhões de representantes e consultoras, e presença global com 3,2 mil lojas.

Buscapé e Zoom

O grupo sul-africano de mídia e tecnologia Naspers vendeu seu site brasileiro de comparação de preços Buscapé para a rival Zoom em maio. Com essa aquisição, as duas operações atingiram um volume de vendas (GMV) de 5 bilhões de reais em 2019, geradas para mais de 2.000 lojistas clientes.

Magazine Luiza e Netshoes

Depois de uma longa disputa entre a Centauro e o Magazine Luiza, a Netshoes acabou aceitando a proposta de compra pelo Magalu, anunciou a varejista de artigos esportivos em junho. Além dos valores, a disputa envolve questões sobre a sobrevida da Netshoes, em dificuldades financeiras. A dívida, na casa dos 330 milhões de reais, já foi renegociada diversas vezes.

Magazine Luiza e Estante de livros

Outra aquisição do Magazine Luiza foi a Estante Virtual, do Grupo Cultura, que recebeu aval do Cade em dezembro. A Estante Virtual, um marketplace de livros novos e usados, será vendida por meio de processo competitivo no âmbito da recuperação judicial do Grupo Cultura.

Sonae e Aliansce

A administradora de shopping centers Aliansce assinou em junho um acordo de incorporação pela Sonae Sierra Brasil. Segundo as empresas, o negócio marca a criação da maior empresa do país em número de shopping centers sob gestão.

A companhia a ser formada terá 40 shoppings, sendo 29 próprios e 11 administrados. O portfólio será o segundo maior do setor de shopping centers no Brasil em Área Bruta Locável (ABL), com total administrado de aproximadamente 1,4 milhão de metros quadrados e 7 mil lojas.

 

Referência: https://exame.com/negocios/formacao-de-gigantes-12-fusoes-e-aquisicoes-de-2019/

https://www.migalhas.com.br/depeso/328627/o-mercado-de-fusoes-e-aquisicoes-pos-pandemia

 

Baker Tilly Brasil

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