Conheça os setores que cresceram e continuarão em alta após a pandemia
A pandemia trouxe novos hábitos de consumo e convívio. O distanciamento social decorrente da situação refletiu no aumento do consumo de produtos que não eram essenciais e na queda daqueles que deixaram de ser prioridade. No novo normal, o mercado foi influenciado até mesmo no modo de comprar e vender.
Repassado com exclusividade para a CNN, um estudo apontou que 44% das empresas brasileiras pretendem aumentar o quadro de funcionários em 2021 e apenas 9% têm intenção de demitir.
De acordo com a pesquisa, nesse ano, as contratações temporárias vão continuar ganhando espaço no mercado de trabalho, acontecendo também entre profissionais mais especializados.
Reforçando ainda mais essa informação, um levantamento feito pela Robert Half com 300 líderes de grandes empresas, mostrou que o modelo de contratação temporária para projetos específicos obteve bons resultados.
Ainda de acordo com a consultoria, 50% dos executivos que contrataram especialistas nesse formato – assinando contratos de duração de alguns meses ou pouco mais de um ano – pretendem continuar fazendo isso.
41% disseram que vão aumentar o quadro de funcionários em projetos com prazo de validade nos próximos meses.
Crescimento
Embora os especialistas sigam tentando encontrar um caminho seguro por meio da turbulenta crise sanitária sem precedentes que atravessamos com profundos impactos econômicos e sociais, não há como fazer nenhuma afirmação, além de previsões e expectativas. O que se sabe, no entanto, é que mesmo após a possível descoberta de uma vacina para o Covid-19 e o fim da quarentena, as próximas gerações serão muito mais preocupadas e cuidadosas com questões de saúde e higiene, por exemplo.
Os hábitos de consumo dos próximos anos também serão muito diferentes dos atuais, dando preferência às compras e serviços digitais, devido à aceleração digital das empresas, um fenômeno que tende a não ser reversível.
Reflexo disso, no Brasil, o e-commerce registrou um crescimento de 45,17% em janeiro de 2021, frente ao mesmo mês do ano anterior. Usando a mesma base de comparação, o faturamento do setor teve alta de 61,82%.
– Os dados são do índice MCC-ENET, desenvolvido pela Neotrust | Movimento Compre & Confie, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net).
Setores em alta
Embora tenha se passado um ano desde o início da pandemia, o momento ainda continua repleto de incertezas, sendo difícil prever o tamanho do impacto na economia. Mas, como em qualquer crise, enquanto alguns perdem, outros ganham.
Pensando nisso, é possível fazer uma análise de quais setores estão em uma tendência de crescimento e podem continuar em alta após a crise atual. Alguns deles já se destacam e outros podem continuar ganhando força com o isolamento.
As previsões Robert Half, Catho, Randstad e Revelo, para a CNN Brasil Business, apontam que os setores de tecnologia, saúde, agronegócio, infraestrutura e logística tendem a ser os responsáveis por abrir mais vagas de trabalho em 2021.
Conheça, abaixo, alguns segmentos e cargos que estão em evidência neste momento de crise e continuarão em crescimento, de acordo com as projeções.
Agronegócio
De acordo com o levantamento apresentado para a CNN, as discussões em torno da sustentabilidade e da alimentação fazem com que o ramo esteja no centro das atenções e nas tendências para o futuro.
Importante ressaltar que, no ano passado, o agronegócio registrou um recorde de US$ 100,8 bilhões em exportações e um crescimento de 18,2% no faturamento.
Ainda no ano passado, o setor obteve o melhor resultado na geração de empregos em dez anos. Apesar da pandemia, o agro abriu 61.637 novas vagas com carteira assinada, o melhor desempenho desde 2011, de acordo com a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Tecnologia
Considerada a “solução” para o enfrentamento da crise econômica e caos do comércio presencial, a tecnologia foi e continuará sendo a grande responsável pelo desenvolvimento de diversas áreas e de diferentes seguimentos.
Em resposta a essa importante atuação, o setor de Tecnologia foi citado por todas as consultorias como o principal empregador deste e dos próximos anos.
O levantamento da Revelo ainda apontou que as vagas disponíveis para o setor tecnológico aumentaram em 25%, além do que as médias salariais também apresentaram um aumento entre 20% a 30%.
Saúde
Envolvendo a operação de planos e seguros privados de assistência médica, o setor de saúde ganhou ainda mais atenção e importância em meio à pandemia de coronavírus.
De acordo com especialistas, essa ‘tendência’ deve se manter em 2021, e também pelos próximos anos, mesmo que a vida volte aos costumes que eram considerados ‘normais’, antes dos impactos causados pela crise.
Segundo levantamento da Catho, em 2020, a procura por profissionais da saúde teve crescimento de até 725% em algumas áreas, na comparação com 2019 como, por exemplo, fisioterapeuta hospitalar e respiratório – protagonistas na recuperação de pacientes graves contaminados pela Covid-19.
Delivery
Essencial no ano passado, em 2021, o serviço de delivery deve continuar crescendo. Além das restrições, principalmente para o consumo de alimentos em restaurantes, lanchonetes e bares, os consumidores aproveitam, mesmo em casa, as vantagens e promoções oferecidas pelos estabelecimentos e aplicativos.
Em parceria, o Sebrae e Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), realizaram uma pesquisa e revelaram que, antes da pandemia, cerca de 54% dos empresários brasileiros já usavam o delivery em seus negócios. Com crise, esse percentual subiu para 66%.
As padarias tiveram o maior aumento: 36% antes da crise frente a 61% durante a quarentena.
Outro apontamento é sobre a adesão aos aplicativos de entrega. Antes da pandemia: 25% dos negócios já estavam nas plataformas digitais. Com a crise, 72% passaram a trabalhar nesse formato.
Comparando o pico de novos cadastros pré-pandemia (janeiro e fevereiro) com os primeiros meses da pandemia (março, abril, maio e junho), a Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O), identificou aumento de 100% na média da procura por novos cadastros de entregadores nos aplicativos.
Por conta da alta no consumo de entregas de comidas, as empresas de embalagens plásticas também tiveram aumento em seus resultados.
Cargos em alta em 2021
Consultores do PageGroup, empresa especializada em recrutamento de executivos de todos os níveis hierárquicos, divulgaram uma lista de 30 cargos que estarão em alta no Brasil em 2021 em 14 setores da economia. A seguir, confira algumas dessas oportunidades:
Cargo: DPO (Data Protection Officer)
Por conta da implementação da LGPD, de acordo com a Febraban, o DPO será o profissional encarregado de administrar e avaliar todos os dados da empresa, desde a coleta até o tratamento das informações.
Salário: R$ 20 mil
Cargo: gerente de produto (digital)
Com metodologias para administrar toda a gestão, esse profissional lida com a experiência do usuário, tecnologia e negócios. Entre as tarefas, ele é responsável pelos produtos digitais, como plataformas, aplicativos, sites, entre outros.
Salários: R$ 25 mil a R$ 40 mil + stock options
Cargo: business controller
Voltado para o negócio, esse profissional é responsável por identificar lacunas e oportunidades nos processos tanto da empresa como na economia. Criando planos de negócios, atua quase como um consultor, em áreas como logística, produção, vendas e marketing.
Salários: R$ 15 mil a R$ 30 mil
Gostou desse conteúdo e quer saber mais sobre este e outros assuntos? Acesse nosso blog e mantenha-se informado!
Atualizado em 30 de março de 2021.